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CGD é o único dos cinco grandes bancos a apostar no arrendamento

Publicado a 28/08/2011, 04:49 por House Work   [ atualizado a 10/09/2011, 14:01 ]




O banco público relançou uma oferta para colocar no mercado imóveis devolutos ou difíceis de vender


A troika exigiu ao governo iniciativas de promoção do mercado de arrendamento. Mas este segmento, à excepção do banco público, não está para já entre as prioridades dos maiores bancos nacionais, apesar da necessidade de escoar o stock de imóveis penhorados em carteira. 

A Caixa Geral de Depósitos assume-se, mais uma vez, como aliado do governo, ao empenhar-se no apoio à economia nacional, ao relançar uma oferta para financiamento de imóveis cuja finalidade se destina exclusivamente ao arrendamento. A instituição do Estado revela ainda que pretende posicionar-se como líder no mercado de reabilitação urbana e arrendamento. 

Contactados pelo i, BCP, BPI e Santander Totta confirmam que não têm ofertas destinadas ao mercado de arrendamento e adiantam que este não é um dos segmentos prioritários. Por sua vez, o BES diz que as condições para o mercado de arrendamento são iguais às de aquisição de habitação permanente ou secundária, pelo que, ao contrário da CGD, não apresenta condições diferenciadas no preçário da instituição.

A CGD relançou o "buy-to-let", um crédito que visa o financiamento para aquisição, construção ou recuperação de habitação própria e cuja finalidade se destina exclusivamente ao arrendamento. Esta solução foi lançada em 2008, por ocasião da 11ª edição do Salão Imobiliário de Lisboa, no âmbito de algumas iniciativas para dinamizar o mercado de arrendamento que, à data, já estavam a ser equacionadas pela Caixa. Segundo fonte oficial do banco público, "apesar dos constrangimentos que se verificavam à data de lançamento deste produto, e que muitos deles ainda persistem, a Caixa sentiu que esta solução era já uma necessidade sentida no mercado".

"Hoje, com o actual contexto económico, esta necessidade sai reforçada e apresenta-se, efectivamente, como uma solução dinamizadora e incentivadora do mercado de arrendamento e de reabilitação urbana, marcando o posicionamento de liderança que a Caixa pretende assumir no mercado", acrescenta.

Com o "buy-to-let", a CGD consegue colocar no mercado os imóveis que se encontram em estado devoluto ou que tenham difícil escoamento em transacções de aquisição.

Spread de 3,25% a 5,95% O banco público passou a disponibilizar no seu precário as condições da concessão de crédito para imóveis de reabilitação urbana e arrendamento. No regime geral (financiamento a particulares para aquisição de habitação permanente), o banco pratica um spread de 2,25% a 4,95%. Esta é exactamente a mesma margem aplicada aos imóveis destinados à reabilitação urbana, já incluindo as operações para clientes com perfil de risco desfavorável. Já o spread cobrado no "buy-to-let" arrendamento é mais elevado, entre 3,25% a 5,95%. Em contrapartida, a CGD concede uma linha de crédito complementar para a realização de obras necessárias no imóvel comprado para arrendamento.

Numa altura em que os bancos continuam a sofrer restrições de liquidez e desenvolvem planos para alcançarem rácios de capital mais elevados, a principal missão do sector é desalavancar a actividade, ou seja, reduzir a concessão de crédito e captar mais recursos dos clientes. No papel de banco público, a CGD concedeu 2.747 milhões de euros em crédito à habitação em 2010, o que lhe dá uma quota de 26,5% deste mercado.

por Sandra Almeida Simões, Publicado em 27 de Agosto de 2011 
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