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Década perdida para o arrendamento

Publicado a 23/11/2011, 06:51 por House Work





A leitura de alguns dos primeiros dados já divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base nos Censos 2011 prova que as repetidas apostas no mercado de arrendamento urbano, ensaiadas com muita esperança por vários governos nos últimos dez anos, "falharam objectiva e redondamente e não tiveram qualquer impacto na pretendida dinamização do sector" esclarece Luís Lima, presidente da APEMIP.

Segundo o Gabinete de Estudos da APEMIP, a relevância do arrendamento residencial entre 2001 (com 20,3% das famílias a viver em casas arrendadas) e 2011 (com 19,3% de famílias em casas arrendadas - ver quadro em anexo) subiu ligeiramente, em termos absolutos, mas desceu percentualmente, o que significa que tal crescimento nem sequer foi proporcional ao crescimento da população.

O aumento do número de prédios arrendados, ao longo de uma década, está longe de responder à expansão demográfica verificada, apesar de todas as tentativas em contrário efectuadas pelos vários Governos. Sem a não judicialização dos despejos por incumprimento de contrato e sem maior justiça fiscal para o sector (taxa liberatória), o arrendamento e, consequentemente a reabilitação urbana, não serão significativos.

Segundo Luís Lima, "o primado da aquisição de habitação própria que marcou os últimos anos, remetendo o arrendamento para níveis marginais, poderá, no actual contexto de dificuldades de acesso ao crédito, abrir espaço ao mercado de arrendamento que, por sua vez, também pode assumir-se como produto apetecível, para captar investidores interessados no mercado imobiliário".

Mas para que isto seja uma realidade, importa encarar com realismo as condições do próprio mercado, especialmente em sede fiscal, "sob pena de continuarmo-nos a iludir com o sonho da reabilitação urbana e com o desejo do incremento do mercado de arrendamento urbano por mais dez anos o que, no momento actual, é quase eternamente e inviabiliza o contributo que o sector deverá dar à recuperação económica do pais", conclui o presidente da APEMIP.

Fonte: APEMIP

http://casa.sapo.pt/news/detalhe.aspx?id=18009

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