Várias iniciativas, investidores e fundos de investimento estão a surgir para reanimar o sector imobiliário e incentivar o mercado de arrendamento. Clientes particulares, empresas e investidores estão a apostar na compra de prédios para reabilitar primeiro e colocar depois no mercado de arrendamento. Uma tendência acompanhada por cada vez mais investidores que aplicam capitais .- que antes depositavam na banca - para comprar casas novas, em bons locais, para arrendar. Estas duas situações ajudam a explicar o facto de o volume de venda de imóveis ter aumentado 4% em 2010, face a 2009 - uma tendência que, garantem os especialistas, é ainda mais visível este ano. Por outro lado, nota-se também uma maior oferta de casas para arrendar, muitas delas já reabilitadas para esse fim. A procura de casa para arrendamento está a dinamizar o mercado da reabilitação que, durante décadas, deu poucos sinais de vida. Uma consequência da fraca aposta feita na reabilitação urbana no País durante muito tempo. Apesar de algumas situações visíveis, sobretudo, no centro das cidades de Lisboa, Porto e Guimarães, o peso da regeneração urbana, no total da produção do sector, representa em Portugal apenas 6,5%. Número baixo quando comparado com Espanha, onde já ascende a 24% ou com a média da União Europeia, onde representa cerca de 37%. Os profissionais do sector acreditam que, apesar do atraso, parecem finalmente estar reunidas as condições para uma aposta clara na reabilitação urbana como alternativa aos tradicionais negócios de compra e venda de imóveis. Algo que começa por uma imposição da ‘troika' e pela necessidade de rever a legislação do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU). Essa alteração permite que o bloqueio provocado pelas rendas antigas não seja mais um impedimento legal para avançar com a reabilitação de muitos dos prédios antigos, criando as condições para que o mercado de arrendamento funcione. "Apesar das diferentes opções ou políticas, parece agora haver unanimidade quanto à necessidade urgente de se recuperarem os edifícios degradados (cerca de 34% do nosso parque habitacional precisa de intervenção) e de se regenerarem e requalificarem as nossas vilas e cidades", explica José Carlos Marques da Silva, responsável da consultora Finance XXI. O gestor esteve na criação do projecto ‘Fazer Acontecer a Regeneração Urbana', lançado pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), e vai em breve avançar com projectos-piloto em algumas cidades. Serão um testes de aplicação de potenciais estratégias de regeneração urbana. "Através da realização de ante-projectos e estudos de viabilidade, em estreita ligação com as direcções e gabinetes de urbanismo das autarquias seleccionadas, pretendemos divulgar as vantagens com processos de regeneração urbana", explica Marques da Silva. Também o fundo JESSICA (Joint European Support for Sustainable Investmet in City Areas) está a seleccionar as candidaturas das entidades, bancos e fundos, que vão gerir verbas, esperando-se novidades entre Setembro e Outubro. Este fundo tem 130 milhões de euros para emprestar a empresas, instituições e privados que apresentem projectos de renovação urbana relevantes e financeiramente sustentáveis. Um montante que se prevê que venha a alavancar cerca de mil milhões de euros de investimento em projectos de reabilitação, até 2015. Elisabete Soares04/08/11 09:17 |
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